São Paulo

Quase quatro anos após perder a mulher, Lenice, para um câncer, Milton Neves vive a dor do luto diariamente. O comentarista, que deixou a Band há três meses, falou ao F5 sobre os dias melancólicos, solitários e sem esperança que tem enfrentado. Milton e Lenice Chame Magnoni Neves se conheceram em Muzambinho, em Minas Gerais, sua cidade natal, e foram casados por 42 anos. Os dois tiveram três filhos, Rafael, Fábio e Milton Neto. Lenice morreu no dia 30 de agosto de 2020, aos 65 anos.

Como está sua rotina? Estou tocando a bola, mas numa fortíssima depressão. Minha vida está horrível. Estou vivendo numa casa que cabem umas 70 pessoas, eu, o caseiro e a mulher do caseiro. Passo os dias deitado, numa depressão danada, fico sonhando com minha mulher. Meu único amor da vida inteira. Só tive um namoro, um noivado e um casamento na vida. Agora ela foi para o céu. Ela me me deixou no dia 30 de agosto de 2020 e desde então minha vida virou um horror.

Acha que sua saída da Band pode ter piorado o quadro de depressão? Eu que pedi demissão. Falei para o Johnny Saad (dono da Band): “não posso trabalhar, estou psicologicamente derrotado”. Já estava antes, desde quando ela adoeceu. Pedi demissão isentando a Bandeirantes de qualquer pendência futura comigo. Eu amo a Bandeirantes. A Band não me deve nada, eu que devo a ela, porque ela realizou meu sonho de menino que era trabalhar lá. A minha carta de demissão é a carta mais bonita da história de uma relação de funcionário com uma empresa. Mil vezes obrigado, Bandeirantes, por ter me acolhido.

Seu sonho era trabalhar lá? Era. Na minha casa não tinha rádio, eu ia na casa dos vizinhos escutar. Minha tia Antônia, que me criou, fez um empréstimo no banco em 30 prestações para poder me dar um radinho. Eu ouvia Bandeirantes o dia inteiro.

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Equipe Tretas & Resenhas – Pesquisa, produção e/ou adaptação, com informações da FONTE.

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