Alguns fatores levaram o Itaú BBA a revisar suas projeções para a Eletrobras (ELET3), seguindo como preferida do setor. O banco elevou o preço-alvo da ação para R$ 63,30 ao final de 2026, ante R$ 54,90 estimados para o fim deste ano, e mantendo a recomendação de desempenho acima da média do mercado (outperform, ou recomendação de compra).
O banco explica que a revisão considera preços de energia mais altos, fluxo da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) mais definido, acordo sobre direitos de voto, taxa interna de retorno atrativa, projeção de dividendos e investimentos em brownfields de transmissão. São fatores que, segundo o BBA, reforçam o potencial de valorização da companhia e colocam a Eletrobras entre as ações mais atraentes do setor elétrico brasileiro.
O ajuste vem depois do acordo entre a Eletrobras e o Governo Federal sobre a disputa dos direitos de voto em decisões estratégicas da empresa em assembleias de acionistas, que trouxe mais segurança sobre os pagamentos do RBSE. Combinado à expectativa de preços de energia favoráveis, isso reforça a perspectiva de valorização das ações.

De acordo com os analistas, a companhia combina uma taxa interna de retorno (IRR) de 13,2% com potencial para distribuir bons dividendos, indicando que o investimento pode render tanto pela valorização da ação quanto pelos pagamentos aos acionistas. Os analistas projetam dividendos médios de 6,9% ao ano nos próximos cinco anos em um cenário conservador, podendo chegar a 15,8% caso os preços de energia se mantenham elevados.
O banco também revisitou suas projeções de preços de energia para 2026 a 2033, considerando o balanço intradiário e as exigências do Sistema Interligado Nacional (SIN) por capacidade flexível. Para os anos de 2026 a 2028, os valores seguem os preços de mercado fornecidos pelo Departamento de Coordenação e Controle de Operações do Sistema Elétrico (DCIDE).
Entre 2029 e 2032, foram usados preços médios de cenários mais cautelosos, e para o período a partir de 2033, aplicou-se um desconto de 20% nas projeções de longo prazo. O Itaú BBA estima que os preços devem ficar em 2026 – R$ 251 por megawatt-hora (MWh), 2027 – R$ 213/MWh, 2028 – R$ 190/MWh, 2029 a 2032 – R$ 200/MWh e a partir de 2033 – R$ 160/MWh.
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Cada acréscimo de R$ 10/MWh nas projeções de curto e médio prazo eleva o preço-alvo entre 3% e 3,6%. Atualmente, o valor das ações sugere um preço médio de energia de longo prazo de R$ 108/MWh, abaixo do esperado para o setor.
Os investimentos em brownfields de transmissão, ou seja, na modernização e expansão de ativos já existentes, devem passar de R$ 3,3 bilhões em 2024 para cerca de R$ 6 bilhões por ano no médio e longo prazo. Para o Itaú BBA, essa estratégia melhora a visibilidade sobre a geração de caixa e ajuda a equilibrar a redução dos pagamentos do RBSE à medida que os processos de revisão tarifária incorporam novas receitas.
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