O governo de Benin, país da África Ocidental, informou que frustrou uma tentativa de golpe de Estado realizada por militares insatisfeitos com a gestão do presidente Patrice Talon, que está no cargo desde 2016.
Segundo as agências internacionais de notícias, um grupo de militares anunciou o motim durante uma transmissão na manhã deste domingo numa emissora pública de TV. O grupo, que autodenominou Comitê Militar para a Refundação (CMR) anunciou que Talon estava destituído do cargo como presidente da República. Eles também disseram que estavam suspendendo a Constituição, todas as instituições, bem como os partido políticos. E que estavam fechando as fronteiras de Benin.
Houve muito desencontro de informações a partir daí, com relatos de sobrevoos de helicópteros, bloqueios de ruas e de algumas trocas de tiros. A embaixada da França em Benin informou na rede social X que “tiros” haviam sido relatados no Campo Guezo, próximo à casa do presidente. A instituição pediu aos franceses que vivem em Benin para “ficarem em casa, até novo aviso, até que a situação seja totalmente esclarecida”.
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Porém, horas depois o ministro do Interior beninês também foi à televisão nacional para anunciar que uma dúzia de soldados tinham sido presos, incluindo os autores da tentativa de golpe, disse à AFP.
“Um pequeno grupo de soldados se envolveu em um motim com o objetivo de desestabilizar o Estado e suas instituições. Diante dessa situação, as forças armadas beninesas e sua hierarquia (…) tornaram possível manter o controle da situação e derrotar a manobra”, disse o ministro Alassane Seidou. “As Forças Armadas beninesas e sua liderança, fiéis ao juramento, permaneceram comprometidos com a República”, completou.
Um assessor presidencial desde então disse à britânica BBC que o presidente estava em um local seguro. Diplomatas franceses negaram ao jornal Le Figaro relatos de que Talon teria se refugiado na embaixada da França em Cotonou – a maior cidade do Benim e sede do governo do país.
Benin, uma antiga colônia francesa, é considerada uma das democracias mais estáveis da África e é um dos maiores produtores de algodão do continente, embora permaneça no ranking entre os países mais pobres do mundo.
A história política do país é marcada por vários golpes de Estado ou tentativas. Patrice Talon, no poder desde 2016, deve encerrar seu segundo mandato em 2026, o máximo permitido pela Constituição. O principal partido de oposição tem sido excluído das disputa eleitoral, que se mantém entre o partido governista e um suposto oponente “moderado”.
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