A Copel (CPLE3), Minerva (BEEF3), Suzano (SUZB3), Direcional (DIRR3), Intelbras (INTB3) e mais empresas aceleraram a divulgação de proventos nas últimas semanas. O movimento é impulsionado pelo fim da isenção do imposto sobre dividendos a partir de janeiro de 2026, o que levou outras companhias a antecipar distribuições.

A Copel anunciou a distribuição de dividendos no valor de R$ 1,35 bilhão para 2025, o que corresponde a R$ 0,45 por ação e um rendimento de dividendos de 3,3%. O movimento já era esperado, mas, segundo o Itaú BBA, reforça a solidez financeira da empresa e seu compromisso com remunerações elevadas, dentro da nova política de dividendos e da estrutura acionária pós-migração ao Novo Mercado.

Com esse dividendo adicional, o total já anunciado para 2025 chega a R$ 3,7 bilhões (yield de cerca de 9%). Incluindo a remuneração extraordinária aos preferencialistas pela migração ao Novo Mercado, o valor sobe para R$ 5 bilhões (yield próximo de 12%). O BBA avalia que a Copel tem condições de manter dividendos elevados, na casa de um dígito alto, de forma recorrente nos próximos anos.

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Além disso, este anúncio está alinhado com a nova política de dividendos da empresa, que inclui: i) a estrutura de capital otimizada definida; ii) um pagamento mínimo de 75% do lucro líquido; e iii) uma periodicidade mínima de pagamento de duas vezes ao ano. A política também prevê o pagamento de dividendos extraordinários, limitados às reservas de lucros distribuíveis da empresa.

O Itaú BBA manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 13,60.

A Suzano anunciou dividendos totalizando R$ 1,38 bilhão, aproximadamente R$ 1,12 por ação, referentes ao exercício de 2025, a serem pagos em 4 de fevereiro de 2026. Na opinião do BBI, a decisão de antecipar o pagamento dos dividendos mínimos reflete uma tentativa de se antecipar a possíveis mudanças no regime tributário brasileiro.

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A Minerva anunciou a distribuição de dividendos intercalares de R$ 0,1646 por ação, o que implica um dividend yield (dividendo sobre o lucro) de 3% e um payout (dividendo em relação ao lucro) de 13%. O anúncio ocorre antes da entrada em vigor do imposto de 10% sobre dividendos a partir de 2026.

Pelo estatuto da companhia, o payout mínimo é de 25% caso a alavancagem ao fim do ano fique abaixo de 2,5 vezes, percentual que pode ser elevado a 50% mediante aprovação dos acionistas. A Minerva reportou alavancagem ajustada de 2,5 vezes no terceiro trimestre, e o Goldman Sachs estima que o indicador deve permanecer praticamente estável após a distribuição anunciada. A data de corte é 15 de dezembro, e o pagamento será efetuado em 29 de dezembro.

O banco avalia a notícia como estrategicamente positiva, pois oferece aos investidores maior visibilidade sobre retornos potencialmente mais robustos ao acionista próximo ano. O Goldman Sachs mantém recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 6,75.

Direcional (DIRR3)

A Direcional aprovou R$ 804,4 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 1,55 por ação. A distribuição será feita de acordo com a base acionária em 16 de dezembro e o pagamento em 23 de dezembro.

O Bradesco BBI considera o anúncio positivo, uma vez que implica um rendimento de 9% no mercado à vista e eleva o total de distribuições para 2025 a R$ 1,45 bilhão, cerca de 16% do ano anterior. A decisão reforça o compromisso da administração em retornar o excesso de capital, preservando a flexibilidade, já que o valor pode ser integralmente creditado aos dividendos obrigatórios do ano fiscal de 2025.

O BBI manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 23,50.

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A XP Investimentos comenta que distribuição de dividendos veio acima das expectativas para o ano e eleva o montante total para cerca de R$ 1,5 bilhão no ano (16% de dividend yield considerando os preços atuais), um sólido retorno ao acionista no contexto da nova reforma tributária. O XP reiterou recomendação de compra para o papel.

Intelbras (INTB3)

A Intelbras anunciou a distribuição de R$ 300 milhões em dividendos, com yield de 7,1%, com pagamento em 23 de dezembro e com data ex em 16 de dezembro. A empresa costuma pagar dividendos duas vezes ao ano com payout de cerca de 30%, política que pode ser revisada agora que entrou em fase de crescimento nulo, embora desta vez a administração esteja realizando um pagamento extraordinário antes das novas regras de tributação de dividendos.

A companhia possui pouco mais de R$1 bilhão em reservas de lucros, mas vinha indicando que não adotaria postura agressiva em dividendos extraordinários, priorizando posição líquida de Caixa, e o anúncio está amplamente em linha com o que o mercado esperava.

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“Caso a Intelbras revise sua estratégia de retorno de capital aos acionistas e indique que, apesar da dificuldade atual de crescer, retornará excesso de caixa aos acionistas, a ação pode recuperar tendência positiva”, diz o BTG. O banco manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 22.

O Bradesco BBI avalia que a notícia é positiva para a Intelbras. A distribuição representa um rendimento de 7,0% com base no preço de fechamento da véspera.

“A distribuição de R$ 300 milhões está acima da nossa estimativa para o 4º trimestre, já que não esperávamos dividendos neste trimestre. O anúncio de dividendos no 4º trimestre provavelmente está associado a uma estratégia que várias empresas estão adotando para se antecipar às mudanças tributárias sobre dividendos no próximo ano”, apontam os analistas.

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Produzido e/ou adaptado por Equipe Tretas & Resenhas, com informações da fonte.

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